O que vem depois?
Lembro que eu
costumava ter muitas dúvidas antes de entrar na faculdade: Eu ia passar? Eu
iria gostar do curso? As pessoas seriam legais? Eu conseguiria administrar a
minha vida maluca de trabalhar e estudar? Conseguiria um estágio logo? E se eu
conseguisse, daria conta? Largaria o emprego e voltaria pra casa? Ficaria em
dependência? Eu pensava nas coisas milimetricamente e tentava listar todos os
problemas que eu poderia ter.
Os dias passaram,
tive de estudar por conta própria, foram muitas madrugadas em claro. (Sabe como
é, quando se trabalha e estar no último ano do ensino médio, não sobra muito
tempo para frequentar um cursinho) Com muito esforço, eu acabei entrando em uma
faculdade, na verdade, fui aprovada em cinto (naquela época era muito mais
difícil de ser aprovada em uma Universidade Federal, e veja só, fui aprovada em
cinco, eu nem acreditava!) Agora eu teria de escolher entre Geografia,
Jornalismo, Turismo, Pedagogia e Direito.
Eu lembro que na
época eram tantas vozes tentando influenciar minha escolha, e eu tinha de
decidir logo, no fim das contas, escolhi a Geografia, e as coisas foram
seguindo seu fluxo normal. Mesmo na faculdade, continuei trabalhando, conheci
pessoas, fiz amigos, adorei e odiei professores, arranjei estágios legais,
conseguir duas bolsas de Iniciação Cientifica, ministrei aula de Geografia do
Brasil no cursinho pré vestibular da minha faculdade, consegui passar nas
matérias e chegar ao tão sonhado último ano. Se pensei em desistir nos momentos
difíceis? Sim, até eu quis jogar tudo para o alto uma vez ou outra. Mas tô
aqui.
Passei os últimos
meses todos pensando no meu TCC. E enquanto eu pensava no roteiro de viagem
para a pesquisa de campo, nos teóricos que eu usaria para dar consistência na
pesquisa, sobre essas minhas constantes trocas de temas e orientador, na
incerteza do que eu trabalharia, enfim, me vi pensando num futuro tão próximo e
tão longe que parece quase irreal. Vai dar tudo certo na banca? Eu vou
conseguir tirar uma boa nota e ser aprovada? Por agora essas duas dúvidas me
mente um medão.
O que eu farei no
ano que vem? Conseguirei ser aprovada no mestrado? Vou atuar na área da
Licenciatura ou do Bacharelado? Todos esses questionamentos me causam
borboletas saltitantes no estomago. Essas dúvidas me assustam mais que tudo na
vida e me faz travar, toda vez que penso a respeito. Parece um tapa na
cara: e aí, como vai ser o futuro?
Já vi alguns
amigos passarem por isso. E, por incrível que pareça, estão aí, vivinhos da
Silva. Porque, no real, crescer dá dor de cabeça, é cansativo e, às vezes, até
chato. Mas a gente cresce e nem vê. Engata a primeira e vai. Acaba entrando no
automático e aprende, muitas vezes, no tranco. Mas cresce, sabe? Chora um
pouco, grita, esperneia, bate o pé, mas cresce. E continua vivo.
E por isso eu
ando tentando abandonar essas minhas neuras. Porque imaginar detalhadamente
cada problema que pode acontecer é cansativo e me faz deixar de pensar no
momento que realmente importa: No aqui e agora. Afinal, o que é o futuro além
do reflexo das nossas escolhas no presente? E o que eu aprendi com os últimos
tempos é que, ainda que com medo, a gente acaba sobrevivendo aos desafios. E
fica até feliz em encará-los e superá-los.
E aí, no fim das
contas, crescer pode até doer, mas não é um bicho de sete cabeças. Eu sei, dá
medo do que a gente não conhece, eu sinto isso quase todo o tempo, mas se você
estiver com medo, vai com medo mesmo.
Boa sorte pra
nós….
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